18 de Mar de 2024
O Paraná, já líder na produção nacional de cevada, vislumbra um futuro promissor como um dos principais produtores de lúpulo do Brasil. Com apenas 16 produtores cultivando 17.440 plantas em 8,4 hectares, a produção atual ainda é modesta, abaixo de 8 toneladas. No entanto, iniciativas de pesquisa, especialmente com a participação da Universidade Estadual de Londrina (UEL), estão pavimentando o caminho para um avanço significativo nessa cultura.
O produtor Josimar Cubis, em Palmital, Araucária, representa esse movimento pioneiro. Com 400 plantas meticulosamente cultivadas em estruturas adequadas para maximizar a exposição solar, ele está otimista com os resultados. Apesar dos desafios, como ataques de fungos e pragas como tatus e formigas, Cubis está determinado a aprender e aprimorar suas técnicas de cultivo. “Mas eu sempre quis plantar alguma coisa na chácara, algo que não fosse comum, porque para o pequeno produtor é difícil trabalhar com as culturas tradicionais”, afirma.
A pesquisa é essencial nesse cenário de desenvolvimento. Na UEL e na Universidade Federal do Paraná (UFPR), estudos estão sendo conduzidos para identificar as variedades de lúpulo mais adaptadas às condições locais. O professor Sérgio Ruffo, do Departamento de Agronomia da UEL, destaca o potencial da região e a importância da tecnificação para superar desafios climáticos, como a necessidade de iluminação artificial para suplementar a luz solar.
Além de ser um componente fundamental na produção de cerveja, o lúpulo nacional oferece vantagens em termos de frescor e qualidade, além de possibilitar múltiplas safras ao ano. Isso não apenas beneficia os cervejeiros, permitindo maior criatividade nas receitas, mas também abre portas para outros setores, como a indústria farmacêutica, cosmética e de alimentos.
O crescimento da indústria cervejeira no Brasil, com um aumento significativo no número de cervejarias nos últimos anos, destaca a demanda crescente por ingredientes de qualidade, como o lúpulo. Embora o país ainda dependa significativamente de importações, a ascensão dos produtores locais promete reduzir essa dependência e fortalecer a economia agrícola regional.
Com um olhar para o passado e um impulso para o futuro, o Paraná está se posicionando não apenas como um líder na produção de cevada, mas também como um protagonista emergente na produção nacional de lúpulo. A jornada pode ser desafiadora, mas os pioneiros como Josimar Cubis e os pesquisadores das universidades locais estão determinados a tornar o Paraná a terra do lúpulo no Brasil.
Fonte: AEN-PR
Redação: Nicole de Alencar Broetto
